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Arrow | Tradução completa da mesa redonda da Comic Con 2012 com Stephen Amell

Testes ruins para trabalhos, a experiência única de uma Comic Con, fãs loucos, problemas em set de gravações... Esses são alguns dos assuntos abordados por essa divertida e inusitada entrevista.



Na Comic Con de 2012, o The Hollywood Reporter fez sua anual mesa redonda (roundtable) com alguns atores das mais aclamadas séries atuais, dentre eles, Stephen Amell (Oliver Queen em Arrow)



Confira abaixo a tradução dessa conversa descontraída de uma hora de duração (em breve teremos a versão legendada do vídeo aqui no site).

Lacey Rose (repórter): Acho que o Stephen é o único desse grupo que nunca esteve na Comic Con, certo? Então, algum conselho que vcs possam dar à ele?

Joshua Jackson :Respire!

David Boreanaz: Não ria da Mulher Maravilha! Ela é um cara... (risos)

Joshua: Você tem problemas com espaço pessoal?

Stephen Amell : Eu não estava nervoso sobre a Comic Con, mas conforme vai chegando perto, todo mundo fica me falando "se prepara" e eu "para quê?"

Jennifer Carpenter : É algo grandioso

Stephen: É verdade?

Ginnifer Goodwin: É impressionante

Joshua: É também o público mais fiel que você vai encontrar na sua vida.

Stephen: Ok


Jennifer: E educado também

Joshua: Educado também, apaixonado

Jennifer: Eles tem ótimas perguntas

Joshua: De um jeito estranho porque... Sua série ainda não foi ao ar, mas...

Stephen: É, eles vão passar o piloto completo antes do nosso painel.

Joshua: Sim, mas digo, pela minha experiência com Fringe, eles digerem essas séries e vivem elas de um jeito que nunca vi antes. Então, quando você voltar no próximo ano, será uma experiência diferente mas também vem com tudo e, bem, bebês estranhos aparecem naquele final de semana (risos)

Ginnifer: Com capas
Jennifer: É como... Você vive numa bolha quando esta gravando sua série então quando você está na frente de milhares de pessoas que assistem e te apoiam de verdade, te dá uma energia nova pra voltar e trabalhar.

Giniffer: É tão renovador.

Lucy: É divertido, porque como todos dizem, são grandes fãs seus, eles sabem sua história, querem se compromissar com o que você faz, se não são, eles querem ficar. Eles fazem perguntas ótimas.

Stephen: Nós estamos ganhando também fãs de vários lugares diferentes: tem os fãs dos quadrinhos e fãs de arco e flecha e eles são igualmente...

Joshua: Intensos

Stephen: Isso.

Ginnifer: Isso é tão legal.

Stephen: Todos eles odeiam Orlando Bloom. (risos)

Stephen: Eles etão muito bravos com ele. Eles o chamam de "Arqueiro ruim Legolas" (risos)

Lucy: Com certeza você aprende um novo vocabulário também. (risos)

Ginnifer: Meu conselho vai ser, especialmente porque sua série não estreou ainda, é tirar uma ou duas horas e andar pelo centro de convenções, no meio dos fãs, e não leve segurança. Eles vão te falar que você precisa de um, mas é isso que chama atenção.

Stephen: Ahh ok

Ginnifer: Que nem no ano passado, tínhamos seguranças quando nossa série ainda não tinha começado, mas tinha uma base de fãs, porque estou numa série sobre contos de fadas e ter os seguranças foi o que chamou atenção.

Jennifer: Usa uma máscara também. (risos)

Matthew Belloni (repórter): Já tentaram essa da máscara?

David: Darth Vader (risos)

Joshua: É também, seria muito legal. Se eu ver um Arqueiro Verde andando pela Comic Con, saberei que é você. (risos)

Stephen: Na verdade, eu to tentando...Sabe a roupa? Aquela jaqueta, na verdade é de couro, então eu estou tentando convencê-los a me deixarem usar no painel...

Joshua: Não há limite em ser muito nerd.

Stephen: Eu estou animado porque...

Lucy: Não há uma regra fashion

Stephen: Eu li quadrinhos enquanto eu crescia, mas o legal pra mim é que minha irmã vai se casar dia 6 de Julho, e ela está no México, passando uns dias lá, ela e o marido, e ele é um dos maiores fãs de quadrinhos  que eu conheço e eles vão começar a Lua de Mel deles na Comic Con e como eu, ele nunca esteve aqui.

Lucy: Isso é louco.

Stephen: Andarei por ai junto com eles.

Joshua: Bem, ele vai pirar.

Matthew: E qual foi a interação de fã mais estranha que vocês já tiveram?

Jennifer: Nós gravamos muito em Long Beach, nos mesmos lugares então as mesmas pessoas vem assistir todo o tempo e cada vez mais ficam mais corajosas e, não aconteceu comigo, mas aconteceu com meu colega, as pessoas se aproximam e dizem "você pode me esfaquear?" e tiram uma faca de cozinha, martelos e coisas loucas.

Ginnifer: Acho que nenhum de nós ganha dessa história. Isso é muito louco. (risos)

Jennifer: É tipo "você me mataria?" Mas, as pessoas me pedem pra xingá-las bastante. (risos)

Joshua: Sério?

Ginnifer: E você xinga?

Jennifer: As vezes. Depende do meu humor. (risos)

Joshua: Faço isso de graça. (risos)

David: Eu ganho muitas meias. Porque Booth usa bastante meias loucas. Então eles me dão. Eu acabo ganhando várias.

Joshua: Melhor meias do que faca de cozinha (risos)

David: As vezes eles tiram as próprias meias e me dão, o que é meio estranho. (risos)

Jennifer: Você podia pedir pros seus produtores fazerem seu personagem usar um Rolex, porque aí as pessoas iam te dar um monte. (risos)

David: Sim, isso seria bem legal. É uma boa ideia, deveria fazer isso. Não sei acho que eles vem de um ambiente cultural, eu já vi de tudo como "você me morderia?" Quando interpretava vampiro, já recebi vários pedidos estranhos. Me lembro de estar na Comic Con de 99, quando começou e era num espaço pequeno e, era bizarro ver esses fãs interessantes e as pessoas virem e te apoiarem, mas havia alguns que eram um pouco exagerados. Acho que você tem que aceitá-los pelo que são, mas manter uma distância segura. Sempre tive medo de alguém atacar, pular no meio da multidão.

Joshua: Ninguém quer ser o cara que é esfaqueado. (risos)

Ginnifer: Estou tão feliz de estar numa série da Disney agora... (risos)

Joshua: Na verdade tinha um cara no nosso painel, ele enfiou uma bic em alguém...

Ginnifer: Não...

Joshua: Porque as pessoas ficam horas e horas esperando em seus lugares, e eles ficam ali aguentando 5 ou 6 painéis até chegar o que eles querem, e no nosso, alguém foi atingido com uma bic. Não sei se é porque estavam esperando Fringe ou algo depois da gente.

David: Com vocês lá?

Joshua: É, estávamos no corredor e  chegaram falando atrás de mim "vocês não podem sair agora, teve um incidente, alguém foi esfaqueado com uma bic." e eu "O quê? Daí tiveram que fechar nosso corredor e tudo mais... Então, não seja esse cara. (risos)

David: Você ganha certos objetos e presentes que você não sabe bem o que é... Pode ser qualquer coisa: velas...

Joshua: O bebê que falei, foi algo como "hey segure meu bebê" e eu "isso não parece uma boa ideia"

Jennife: Alguém mandou pra minha casa duas facas. Como conseguiram meu endereço eu não sei, mas eram duas facas enormes...Era um navegante. Mandei uma carta escrita: agradeço pelo seu serviço, mas não vou assinar isso.

Ginnifer: "Algo tipo, esse não é meu endereço" (risos)

Lucy: Meu Deus você é muito simpática.

Jennifer: Ah, eu não ia colocar de novo no correio, não sei quais as regras lá...

Matthew: E você Lucy, teve alguma interação interessante com algum fã?

Lucy: Tive uns incidentes interessantes nos quais as pessoas pediram para eu praticar violência física contra eles, parecia que eles iam gostar muito disso. Mas não fiquei disponível pra isso. Em muitas entrevistas me pedem pra espancá-los, fazer coisas à eles.

Matthew: da onde isso vem?

Lucy: É nas câmeras mesmo, acho que vem de uma grande coleção de filmes de ação que já fiz. Eles me ligam à mulher que sai batendo em todo mundo nos filmes. Algumas pessoas me dizem que deram o meu nome às filhas, Lucy Liu...É um nome interessante para um bebê, você sabe... É diferente  

Joshua: tipo, oi meu nome é Will Smith, prazer em te conhecer. (risos)

Lucy: É... É engraçado, estamos apenas fazendo nosso trabalho, nos divertindo e tentando deixar interessante e isso manda algo especial às pessoas, elas se conectam com isso e deixam tudo muito mais profundo, o que pode ser um pouco assustador, e é preocupante quando você vai numa entrevista e uma pessoa pede pra você espancá-la ou... Não sei, é exagerado.

David: Eu já vi pessoas tatuadas nos braços, nas costas, o meu rosto nas costas delas. (risos)

Ginnifer: Você tá brincando?

Lucy: Que louco.

David: É bem louco. Você olha e pensa "É sério isso?" É uma escolha meio pesada

Matthew: Já disseram uma vez pros fãs de Star Trek "arrume uma vida pra cuidar" Vocês já pensaram, não num evento público assim, mas sacudir alguns desse super fãs e dizer "hey cara, vá com calma"?

David: Na verdade não, quer dizer, enquanto estão sendo responsáveis, e se divertindo... Para eles é um mundo de fantasia, como você estava dizendo, eles estão tão investidos no seu personagem que eles levam ao nível de incrementar com o mundo deles, na casa deles e desde que sejam responsáveis e não estão machucando ninguém, eu jamais diria isso.

Joshua: É muito legal que todo mundo tenha algo, aliás, com a Comic Con sendo tão grande agora, uma das coisas legais dessa experiência é que te dá essa exposição toda. Antigamente se você era fã de quadrinhos, Dungeons and Dragons, isso ficava escondido, ninguém falava disso porque não era legal. Mas isso dá pra eles um espaço, um lugar onde você pode não só encontrar muitas pessoas, mas poder se expressar completamente, do jeito que quiserem, desde as roupas estranhas de elastano feio até aquelas trivias com mínimos detalhes aleatórios sobre séries e jogos e tudo mais, acho que isso é tudo muito legal. Quer dizer, nunca me pediram pra espancá-los numa entrevista, isso não é tão legal.

Lucy: Você ainda tem tempo... (risos)

Joshua: Exatamente. To ficando ansioso pra isso. (risos)

Lucy: É algo pra você ficar ansioso.

Stephen: Ouvi que tem um baile também. Um baile nerd? Algo que chamam assim...

Joshua: É tem

Lucy: É uma festa

Jennifer: É bem legal, mas não fui convidada. (risos)

Joshua: Isso me traz lembranças terríveis da escola, eu também não fui convidado para aquele baile. (risos)

Ginnifer: Você não vai pra pós-festa?

Joshua: É melhor eu não ser chamado, porque se não me convidaram seria embaraçoso.  (risos)

Ginnifer: É talvez não seja boa ideia...

Matthew: Quem apareceu quando você fez sua Pacey Con?

Joshua: Quem apareceu?

Matthew: É, eram fãs de Dawson's Creek ou...

Joshua: Isso, ah...

David: Você teve sua própria Con? Uau (risos)

Joshua: Eu tava meio "Como chamar isso?" e aí enchi a Comic Con, como Pacey.

Ginnifer: Isso é demais!

Joshua: Mas ver fãs da Comic Con, vendo um personagem de Dawson's Creek na Comic Con, é algo que eles não sabem de nada. As pessoas estavam "mas, quem é você?" "Que música é essa?" "Pare com isso". (risos)

Lacey: É, não é tão popular mais.

Joshua: Não acho que as pessoas apareceram lá, mas eles ficaram confusos sobre o que estava acontecendo. E eu fui preso, o que é o ponto alto disso.

Matthew: Sério?

Joshua: É, tentando entrar na Comic Con, os seguranças não ficaram felizes. (risos)

David: É, eu lembro. Era a grande notícia. Eu lembro que cheguei e as pessoas "ele foi preso" e eu fiquei pensando "mas preso, porque?"

Matthew: você tentou entrar em algum lugar restrito ou algo do tipo?

Joshua: Eu tentei entrar e eles me derrubaram. Eles tem uma cadeia falsa.

Lucy: E o que é falso lá? (risos)

Joshua: Porque eles alugam policiais, não os de verdade. Então não podem te prender de verdade, mas eles te detém pelo resto do evento.

Jennifer: Não acredito que isso foi noticiado, tipo...  (risos)

Matthew: Que tipos de pessoas tinham lá?

Ginnifer: Nessa cadeia?

Joshua: Ninguém (risos)

David: Ah...A Mulher Maravilha não estava lá? (risos)

Joshua: Você pode carregar espadas, usar elastano feio, não há muito o que você não pode fazer, aparentemente, além de...

Jennifer: Você odeia elastano, é a segunda vez que você menciona (risos)

Joshua: Acredite, não é mentira, é muito feio. É verdade, pessoas com sacolas maiores que elas. (risos)

Ginnifer: Ah isso, sim...

Joshua: E elas usam elastano em lugares que não deveria ter elastano nunca. (risos)

Lacey: Você está nessa série grandiosa, como muitos de vocês, e enquanto vocês pensam "o que está por vir?" é um mundo para o qual você quer voltar? ou você já passou por isso agora e já teve o máximo de experiência que poderia ter na vida com a Comic Con e essa audiência intensa?

Joshua: Bem quando a história de Fringe acabar, a série acabará, mas você acaba passando por mais experiêcias que essas, e a parte mais legal disso pra mim é que, graças à audiência ser tão apaixonada e intensa, e as pessoas que compraram o passe pro painel da série e esperaram todas essas horas para estarem lá, é uma coisa rara para um ator, interagir com o público que está recebendo sua performance enquanto o ator está trabalhando nisso. Normalmente nós terminamos nosso trabalho, e sem alguma resposta ou retorno, você só vê isso depois das pessoas apreciarem o que você fez. Quando você está numa série, e você vai na Comic Con enquanto está tudo acontecendo, é como você disse, é revigorante de ver o quão as pessoas são intensas, que são fãs daquela série, o quanto eles estão dispostos a passar o tempo pensando e absorvendo a série, então, por isso eu faria novamente. Essa parte do mundo da Comic Con e da Ficção tem sido bem gratificante, uma experiência bem rica.

Lacey: Você faria outra série desse tipo?

Joshua: Sim, claro. Não sei alguém aqui já disse isso, mas não conheço nenhum ator que tenha dito: "É isso, chega, cansei, nunca mais vou trabalhar nisso de novo"

Lacey: Tem suas vantagens e desvantagens, ter suas facas entregues em casa, bem aí na categoria da desvantagem...

Stephen: Você quer dizer ser rotulado?

Lacey: Isso.

Stephen: Bem, me ensinaram que toda noção de ser rotulado era meio ridícula porque pra ser rotulado você precisa trabalhar e muito...

Ginnifer / Jennifer: Sim.

Stephen: E esse é o objetivo. Ah você foi rotulado, então você é bom. Significa que você obteve sucesso. Certo? Você não fica marcado num papel porque é ruim.

Joshua: Vamos ser realistas, temos um cara sentado aqui, que é quase um Deus num dos seus papéis e isso não te impediu de...eu, eu concordo com você, acho que se você está trabalhando, você não é marcado mas também, é bom pra alguém criar um personagem e ser parte de uma série ou filme que cria um personagem que deixa uma marca, e se você é ruim e não consegue fazer mais nada deve se sentir sortudo de ser marcado. Mas se você é bom e consegue mudar e crescer, é bom pra você.

Stephen: Exato

Matthew: Há uma hierarquia?

Joshua: Claro que sim. Você (aponta para David) pode ser modesto, mas há sim. (risos)

David: Eu fui sortudo. Fui parar numa ótima série, foi uma ótima oportunidade e acho que naquela época, pra mim era querer ir e trabalhar e ser bem sucedido com o trabalho duro que colocamos na série, conseguir o spin off depois e tentar fazer isso funcionar, todos altos e baixos disso e pra mim era apenas fazer um bom trabalho. Claro, você tem a Comic Con e as pessoas apaixonadas pelo personagem, bem ele é um vampiro, ele não é igual os outros, pode te dar amor eterno, quer dizer, olhe pras séries de vampiros de hoje, explodiram... Desde True Blood à saga Crepúsculo, é grandioso. Estávamos fazendo isso na época e antes, haviam outros fazendo isso também. Para mim era apenas aproveitar o bom trabalho e abrir portas pra conhecer outros criadores e produtores de séries, para fazer uma como Bones e interpretar um personagem como Booth é extremamente diferente de um cara que não voa por aí ou queima no Sol. Então pra mim foi sempre trabalhar e me divertir, nunca acreditei em rótulos é só trabalho, sabe? As pessoas vão sempre lembrar de você por um personagem, era um ótimo personagem, um ótimo momento, fui muito sortudo e abracei isso.

Matthew: Vocês tem alguma ideia ou preferência de como querem que a série de vocês acabe?

David: Uau. Eu tenho. Bem, acho que todos querem ver Booth e Brennan juntos, ela está fugindo agora então, pra mim seria ótimo... Sempre adorei o fim de polteirgeist quando ele desliga a TV e fecha a porta. Seria legal ver nós dois num motel e a porta fechar no meio do nada, com um sinal "não perturbe". Esse seria o fim, quem sabe o que aconteceria? (risos)

Matthew: Isso provavelmente não acontecerá em Fringe. Você tem alguma ideia de como acabará?

Joshua: Tenho. Minha série sendo sobre o que é, não posso contar pra vocês, mas nós... Por ser a última temporada, temos uma ideia do que acho que todos pensarão que é bem legal, fim da história.

Matthew: Te contaram então?

Joshua: Sim. Esse ano nosso produtor executivo foi bem chocante. Geralmente a série é bem impenetrável, mas como é a última temporada, ele ficou "quero todo mundo compromissado, então quero todos sabendo o que estão fazendo". Por ser 13 episódios, a história em si é bem conclusiva, como "você começa aqui, vai pra cá, depois pra lá e acabou". Então ele deixou todos por dentro, então tenho uma boa ideia sobre...

Lucy: Você não sai dessa sala até nos contar (risos)

Lucy: Vai voltar pra prisão. (risos)

Matthew: E é satisfatório?

Joshua: É muito... É grandioso. Porque não tem um jeito bom de se acabar uma série, porque você vai acabar irritando alguém. Muito das séries de TV as pessoas preenchem sozinhas, os vazios, e sobre os personagens e as histórias que não conseguimos ver, mas quando chega no fim, você precisa contar à todos como esses personagens terminam. Tendo dito isso, acho que é um grande final ficcional, mas com um importante final emotivo. Pareço um produtor agora falando, mas é verdade.

Lacey: E você pôde opinar?

Joshua: Sim, ele tem sido bem aberto sobre o que está por vir mas também... Você vive com esses personagens por tanto tempo, todos temos ideia de quem queremos que essas pessoas sejam, ou como gostaríamos de vê-los terminarem e acho que não só por mim, mas por todo mundo, ele estava mais do que disposto a escutar ideias sobre onde todos estão e como querem que os personagens acabem. Sabemos que é algo incomum, saber de tudo ao entrar no último ano, então você não precisa deixar mais nada em
aberto, é isso, é o final.

Matthew: Alguma opinião de como Dexter acabará?

Jennifer: Sim, mas não quero contar porque tenho uma pequena esperança que aconteça assim. Vai precisar que minha personagem sobreviva. Então, veremos... (risos)

Matthew: Uma das coisas sobre séries novas, quando vocês olha pra série, vocês chegam a pensar sobre o público? quem eles são? e se combina o que vocês pensam? A pergunta é, quando vocês estão numa série nova, vocês olham e falam "esse é o típo de público que vai assistir", e se na sua experiência isso combina com a realidade?

Lucy: Eu não sei porque tenho sido novata em muitas séries que participo, em Ally McBeal entrei em sua segunda temporada então já possuíam um público fixo, eram muitas mulheres e na época era uma série muito intrigante, porque tinham uma tela verde e um bebê que dançava. Se você olha pra tecnologia agora, é bem diferente então é engraçado você pensar que isso era algo grandioso e agora você vê e pensa 'ok, não é tanto assim" Na época era grandioso. Com Sherlock Holmes, bem,  tem muita história por trás de Sherlock Holmes e Watson, acredito que será grande a diferença de opiniões sobre como estamos fazendo e nomeando os personagens de Holmes e Watson e eu estou interpretando uma Watson mulher e sabe, o que isso quer dizer? Alguns ficarão animados que estamos fazendo isso e alguns vão balançar a cabeça como se fosse uma péssima ideia. Mas em termos de audiência, não sei... Eu sempre fico surpresa, eu fiquei surpresa com Kill Bill, porque vinham crianças
dizendo "amo sua personagem" e eu "como assim? isso é muito violento pra sua idade"  (risos)

Joshua: E os pais?

Lucy: Os pais ficam "Ah ele é um grande fã" e eu "mas você não deveria ver isso" (risos)

Joshua: "Espanque meu bebê" (risos)

Lucy: "Espanque meu bebê" mas... Está disponível na internet, quer dizer, pornografia, todas essas coisas e as crianças estão crescendo rápido e na época havia uma grande história sobre Clinton e Monica Lewinsky e as crianças estavam expostas às coisas que não deveriam estar expostas. Agora, você não pode parar essa informação. Antes era algo grande, agora você tenta bloquear o acesso das crianças à essas coisas na internet, mas eles tem celulares, eles vão à escola e precisam para emergências, eles podem fazer o que querem, então, eles estão crescendo mais rápido agora, então você não sabe que público terá. Estamos no horário das 10 horas, é um horário bom, mas não significa que pessoas mais velhas apenas assistirão, claro que haverão pessoas que vão querer ver e assistir, mas não sei, algumas séries que tem um público mais adulto assistindo, eles não querem saber e cancelam de cara. É difícil.

Matthew: E você, sente pressão por interpretar um personagem dos quadrinhos? Que tem sua própria base de fãs?

Stephen: Não, a única pressão que senti foi gravando o piloto, porque além disso, gravei 10 episódios de outra série, mas é a primeira vez que pego um papel de protagonista. A única vez que me senti pressionado foi quando fizemos testes de cabelo e maquiagem e era basicamente o primeiro dia na escola pra todo mundo, muitos de diversos departamentos diferentes chegando e tínhamos que ir aos estúdios, fora de Vancouver e eu fiquei meio "Oh meu Deus, olha quanto carro...E eles estão todos aqui, o piloto não será escolhido se eu fizer um trabalho ruim"

Ginnifer: Ooh

Stephen: E eu fiquei com medo por um minuto, mas aí ficou tudo bem. E um dos meus colegas de elenco, ele me disse que vive na Inglaterra e ele queria que seus filhos mudassem pra Vancouver e tivessem uma outra oportunidade de educação, ver uma parte diferente do mundo, ele queria que a família se mudasse e eu pensei nisso e senti um pouco de pressão, mas não... Eu realmente confiei em David Nutter, que dirigiu o piloto e Andrew Kreisberg, Marc Guggenheim que estiveram envolvidos com o personagem do Arqueiro Verde nos quadrinho e Geoff Johns estava lá, ele é um grande figurão da DC Comics, ele assina tudo então, não... Confio nesses caras.

Matthew: O que isso significa? Um consultor assim? Ele diria "Oh, ele nunca faria isso, mas você fará?"

Stephen: Não, ele basicamente andava por aí dizendo "isso é tão legal" Sabe? Tínhamos alguns ovos de páscoa no piloto, como na abertura nós mostramos um flash sobre esse personagem Deathstroke, que nunca tinha aparecido  na TV antes, eu acho, então mostramos um flash de sua máscara que é sua assinatura, e ele ficou muito empolgado. Ele vai escrever um episódio e toda a coisa foi muito... Cooperada. Foi legal. Sem pressão. Eu só estou empolgado pra ler o segundo episódio... Foi assim...
Eu senti que fizemos um bom trabalho, porque quando terminamos, queríamos muito que a série fosse escolhida porque eu queria muito ler o segundo episódio, eu queria saber o que ia acontecer.

Lacey: E David, preciso perguntar, você causou ha umas semanas atrás com sua notícia "serei um agente livre"

David: Pras pessoas do Twitter?

Lacey: Sim, para eles.

David: É um mundo pequeno, não? (risos)

Lacey: Sim é, mas acabou indo para as pessoas que não são do Twitter. Você tem planos de voltar pra série ano que vem, se for escolhida?

David: Eu sou muito fã de esportes, isso criou um falatório, pensando como um artista que é ator, você tem que manter sempre todas suas opções em aberto. Acho que todos amamos o que fazemos, amamos o trabalho e também acho que chega uma hora que temos que ser responsáveis pelo que gostaríamos de fazer depois, sabe? E acho que temos uma voz, nós podemos usar o Twitter de um jeito responsável e... Eu gosto de brincar com as pessoas no Twitter as vezes e eles entram na brincadeira, mas acho que é importante pra um ator ter uma voz forte no meio das pessoas, seja pra quem você está trabalhando entre o canal e o estúdio, você cumpre um contrato, você vai, chega na hora, você faz o que eles te pedem, e vem alguma insinuação, coisas pequenas pelo caminho que você não faz, por diversos motivos, você tem que jogas as cartas as vezes. Se eu gostaria de voltar para a série, sim, eu nunca disse que não voltaria, apenas disse que as opções estavam sempre abertas, o que é verdade. Acho que as pessoas pegam as coisas e distorcem um pouco, pra fora do contexto e fazem as coisas serem maiores do que elas realmente são, mas bem, foi um dia divertido.

Matthew: Quanto tempo demorou pra Fox te achar depois daquele tweet?

David: Na verdade não acharam. Acho que eles pensaram "ok, ele está fazendo isso de novo". Mas não me disseram nada, eu não disse nada que era fora de contexto ou algo do tipo que tenha passado dos limites. Eu estava apenas me divertindo. (risos)

Lacey: E vocês pensam sobre outros papéis, ou tem algum personagem ou de uma outra série que se vocês pudessem vocês trocariam de lugar pra interpretar na TV hoje em dia? Quem seria, e que papel?

Stephen: Eu sempre quis interpretar o vilão pesado da sua série, sempre quis interpretar vilões, o que é meio irônico que estou fazendo o oposto disso, então eu sempre quis fazer o vilão louco em Dexter.

Jennifer: Nós temos mais um ano. (risos)

Stephen: Sério?

Joshua: Ah, ele é quem te mandou as facas. (risos)

Stephen: Desculpa, isso ia vazar algum dia. Eu mandei as facas pra sua casa, não sei como consegui o endereço. (risos)

Lacey: Ginni, e você?

Ginnifer: Adoraria ter o papel da Maggie Smith em Dowtown Abbey

Lucy: Meu Deus, eu ia dizer que um papel em Dowtown Abbey seria demais.

David: Todo mundo também, eu também, eu gostaria de fazer. (risos)

Ginnifer: Você gostaria de ser Maggie Smith em Dowtown Abbey?

David: Sim, aliás eu gostaria de ser aquele Cowboy americano que vem salvar as pessoas.

Jennifer: Eu gostaria de ser uma das garotas em Girls, quando eu terminar Dexter, porque ainda gosto do que faço.

David: Como assim?

Jennifer: Vamos lá, ah isso saiu errado certo? Girls, eu queria ser uma das garotas da série Girls. (risos)

Joshua: Já sabemos como o título dessa matéria vai ser quando colocarem esse vídeo online. (risos)

Ginnifer: "Eu gostaria de ser garota em garotas" (risos)

Stephen: Eu gosto do personagem do Adam.

Jennifer: Sim, ele é muito bom.

Lacey: E você Josh?

Jennifer: Quer ser uma garota em Girls? (risos)

Joshua: Eu também gostaria de ser uma garota em garotas. (risos)

Ginnifer: Maggie Smith (risos)

Lucy: Maggie Smith, é demais. (risos)

Joshua: Na verdade eu gostaria de estar em Breaking Bad.

Lucy: É uma ótima série.

Joshua: Eu adoro aquela série. É uma pergunta difícil, porque na verdade eu não ia querer substituir ninguém nas séries que eu gosto, porque eu gosto muito delas, mas se eu pudesse escolher onde trabalhar, seria em Breaking Bad. Mas sabem, eu não posso. (risos)

Lacey: E você, fica com Dowtown Abbey?

David: Não, não... Eu... Concordo com o que vocês estão falando, todos são escolhidos por razões específicas e então, eles criam o personagem, então eu não gostaria de ficar no lugar de ninguém porque criaram ótimos personagens, é parte da história e acho que pra mim é algo novo e que faz parte do personagem, sempre achei que os personagens são o que você está vendo e as vezes na trama, que nem em Bones, sempre foi do começo, quando estávamos gravando o piloto, sobre o relacionamento e sobre os personagens e não sobre o drama ou os corpos, sabe? Como "vamos fazer virar um novo Arquivo X", nós não queríamos fazer isso, nos dispomos a fazer continuamente ser sobre os personagens, então pra mim é isso, não ia querer fazer algo novo em algo interessante, não ia querer substituir ninguém.

Lucy: Isso é errado. Não íamos querer pegar o papel de Maggie Smith, ela é ótima.

Joshua: Vem aí, na Fox: Vampiro / detetive do FBI. (risos)

David: Agente livre (risos)

Joshua: Totalmente novo.

David: Num programa de esportes.

Joshua: Ele é um agente livre, e também vampiro que também é um agente do FBI. É algo que você nunca fez antes. (risos)

Lacey: Quando vocês olham pra trás, qual foi o papel que vocês deixaram escapar? Aquele que vocês queriam ter tentado, feito o teste ou ter conseguido.

Joshua: Ah meu Deus... Isso é difícil

Ginnifer: Isso dá um livro. (risos)

Joshua: Sim...

Jennifer: Na verdade nunca escapou, porque você chegou onde está e espero que feliz onde está. E por 4 minutos ou sei lá quanto tempo leva pra você fazer um teste, é seu. Então nunca achei que perdi algum.

Lacey: Talvez os que vocês não tenham feito? Vocês todos tem nomes que são jogados nesses projetos regularmente...

Joshua: Onde você ouviu isso? (risos)

David: Eu também queria saber sobre isso. Com que estúdio você tem falado? (risos)

Lacey: Algum papel que vocês queriam ter tentado?

Joshua: Ah meu Deus, isso é...

Ginnifer: Eu tenho na verdade uma lista longa, enquanto eu sei que eu não vi certas coisas em papéis que outras atrizes viram e esses papéis fizeram coisas ótimas pra essas atrizes, disso eu me arrependo, de não ter feito certas escolhas baseadas em oportunidades que acabaram disponíveis para as atrizes que conseguiram os papéis, mas ao mesmo tempo, eu sempre checo comigo mesma e digo "mas eu não vi um potencial ali" "não vi como esses personagens  me fariam bem, do contrário eu teria corrido muito atrás". Eu não poderia ter ido atrás do jeito que essas atrizes foram, porque eu não vi nada ali.

Joshua: Do mesmo jeito que você não iria querer substituir alguém em algum papel, você sabe, você não ia realmente querer substituir Maggie Smith, porque

Ginnifer: Exatamente

Joshua: O que me incomoda, é os papéis que vejo alguém não ir muito bem, e eu penso "eu poderia não ser tão bom quanto esse cara" (risos)

Stephen: Eu fiquei muito perto de conseguir Spartacus, e eu fiquei chateado de não ter conseguido porque seria tão legal, sabe, você assiste e, também o que não é tão legal é que, uma vez que você chega tão perto e não consegue, você não consegue assistir e curtir a série do mesmo jeito de antes, tipo, eu fui negado a oportunidade de assistir a série que eu curto porque você assiste e...

David: É só pensar em como seria sua dieta... (risos)

Stephen: É exatamente o que é agora (risos)

Matthew: É o mesmo pra vocês? Vocês conseguem assistir coisas que vocês não conseguiram?

Joshua: Sim

Ginnifer: Sim

Joshua: Eu vejo, quer dizer, não sei sobre os outros, mas se você consegue 2 de cada 10 trabalhos, você está indo muito bem então...

Stephen: Sim, você está indo muito bem

Joshua: Se você não conseguisse assistir coisas que você não pegou...

Stephen: Não teria  o que assistir... (risos)

Joshua: Sim...

Stephen: Eu ainda vou assistir todas temporadas de Spartacus em DVD... (risos)

Jennifer: Mesmo se alguém consegue um papel ou... Que você quis por um momento ou algo assim, e você sente que perdeu alguma coisa, você ainda pode ter isso. Você ainda pode ter o que perdeu, porque é sempre um aprendizado.

Lucy: Você está certa

Jennifer: Quem se importa se é o papel que você queria ali no set, você ainda pode conseguir depois, se você abrir sua mente, você ainda não perdeu.

Ginnifer: Isso é demais.

Joshua: Isso é um jeito incomum e bem saudável de se pensar sobre as coisas. (risos)

Ginnifer: Você deveria ser uma instrutora da vida. (risos)

Joshua: Geralmente pra mim é depressão e álcool, gosto mais do seu jeito. (risos)

Jennifer: Já me perguntaram se eu bebia bastante, eu disse que bebia água. (risos)

Stephen: Eu geralmente consigo depois de um teste péssimo. Tipo, eu aquele momento péssimo e digo pra mim mesmo "Isso é estúpido, o que estou fazendo?"

Ginnifer: Você precisa parar de se forçar tanto.

Stephen: É, aí eu me foco e consigo.

Joshua: Acho que vocês já tiveram essa experiência, onde você sai de uma sala e pensa "Nossa, isso foi horrível, nunca mais vou ouvir falar dessas pessoas, eles talvez nunca me chamem" e 10 minutos depois você atende o telefone e eles "parabéns, você conseguiu o trabalho". Quando eu fiz o teste de Dawson's Creek, um dos caras na sala caiu no sono.  (risos)

David: Nossa, cara...

Joshua: O cara do estúdio, eu tava no meio da leitura e o cara meio...

Jennifer: Não...

Joshua: E eu "ok, obviamente eu não consegui o papel"... (risos)

Ginnifer: Que loucura...

Joshua: Sim, o cara literalmente roncou no meio do meu teste. (risos)

Lucy: Talvez ele estivesse...

Jennifer: Num ótimo sonho... Acordou outra pessoa (risos)

Joshua: Bem "Adorei, adorei, você foi ótimo..." (risos)

David: Oh, cara...

Lacey: Alguém mais tem alguma história, talvez não de cair no sono, mas... 

Jennifer: De testes?

Lacey: Sim

Jennifer: Toda vez que você for num teste de estúdio, leve uma malinha térmica... Eu levo comida, eu levo...

Ginnifer: Você é mesmo uma instrutora de vida... Você está contratada. (risos)

Jennifer: Daí no meio daquela coisa de competição e etc eu fico "hey, você quer alguma coisa?" "seu nível de açúcar no sangue tá baixo?" (risos)

Ginnifer: Não...

Jennifer: Eu coleto bom karma, meu açúcar no sangue não diminui...

David: Você anda por aí com uma mala térmica? (risos)

Jennifer: Claro,

David: Adorei isso (risos)

Jennifer: Porque você fica horas esperando

David: É brilhante. (risos)

Jennifer: Sei lá, deixa tudo mais interessante.

Joshua: Você é tão mais legal do que as pessoas geralmente são nessas coisas. Especialmente as garotas, elas pegam pesado umas com as outras cara. (risos)

Jennifer: Ela pegam! Meu, ou você é uma atriz ou não. Pobres garotas...

Ginnifer: Já me disseram, e isso parte meu coração, já me disseram que não sou uma pessoa muito agradável de se lidar nesses momentos, porque...

Jennifer: Eu já fiz teste com você

Ginnifer: Deve ser por isso que eu honestamente não me lembro

David: Vocês não acabaram de se conhecer?

Ginnifer: Eu coloco fones de ouvido...

Jennifer: Eu poderia ter contado pra vocês sobre isso...

Ginnifer: E eu fico meio...Porque primeiro, eu estou aterrorizada, segundo que não quero afetar ninguém mais, e terceiro não quero ninguém me afetando então, eu fico meio, no meu mundinho e não faço ideia quem está comigo na sala de espera, e eu escuto as garotas se provocando e tudo mais, e eu não quero fazer parte disso então, o que estou tentando fazer é ser cuidadosa e tentar me manter focada, mas aparentemente...

Stephen: Você parece mal educada... (risos)

Ginnifer: Sim, é bem desagradável porque pareço tão fria. (risos)

Jennifer: Eu não diria isso, tendo feito testes com você.

Ginnifer: Ah, fico feliz em ouvir isso.

Joshua: Tem um cara na sua série com quem eu já trabalhei lá atrás, na época de Dawson's Creek, Ian Bailey...

Ginnifer: Oh, sério?

Joshua: Que, por causa da mesma idade, nós fizemos muitos testes juntos, o considero amigo e é um cara muito legal, então acho que depois de 10 ou 15 testes durante todos anos, eu entro numa sala, ele olha pra mim e fica meio... "Só... Só fala comigo depois. Você me distrai demais."  Porque eu faço o oposto quando fico nervoso. Eu começo a falar e solto o nervosismo e ele ficava "Não posso lidar com você agora, fala comigo depois" (risos)

Lucy: Vocês são amigos, podem dizer essas coisas, vocês dão risada e tudo mais

Joshua: É engraçado. Eu estraguei o dia de alguém. (risos)

Jennifer: Se vale de alguma coisa...

Ginnifer: Sim

Jennifer: Tendo visto você em testes com seu fone, sentada no seu carro por um bom tempo... Não tenho nada além de respeito

Ginnifer: Ah que bom

David: Você tinha a malinha já? (risos)

Jennifer: Não foi no estúdio... Isso é apenas para testes em estúdios

David: Eu nunca ouvi falar disso, você literalmente entrava com uma mala térmica? (risos)

Jennifer: Sim

David: Pra todo mundo que estava lá assistindo?

Jennifer: Eu faço isso porque sei que vão me deixar esperando eternamente.

David: Então, quando você entra na sala, você deixa a malinha do lado de fora?

Jennifer: Sim, deixo do lado de fora.

David: Eu achei que você entrava com a malinha...Achei demais, eu adoraria isso (risos)

Joshua: Isso mostra bastante confiança, como "ok, vou ficar aqui por um bom tempo, então..."

Jennifer: Já me deixaram muito tempo esperando.

Joshua: Eu entendo, já me deixaram tempo suficiente pra um cara dormir no meu teste, sei bem como é isso

David: Eu tive um teste pra um comercial que foi horrível, era pra uma marca de chicletes, eles basicamente mostram como você colocar um pedaço de chiclete na boca, e fazem você assistir esse vídeo por 10 minutos e te mostram como colocar o chiclete na sua boca. (risos)

Ginnifer: É porque você tem que abrir o papel e tudo mais... (risos)

David: É, aí você tem que assistir e entrar pro teste, e aí você tem que fazer par com as pessoas e na época que fiz o teste, eu tinha tido um término de namoro horrível com essa garota

Jennifer: Quer ver que a menina tava lá? (risos)

David: E eu gostava muito dela. Ela já tinha superado e eu tava, bem eu não conseguia comer uma banana... Eu tava apaixonado, tava destruído, e aí eu entro na sala e logo depois...

Joshua: Naturalmente

David: Quem entra na sala? Pro teste? (risos)

Ginnifer: Não...

Jennifer: Sua ex?

David: Minha ex. E ela tava bem "hey, tudo bem?" e eu tipo morrendo por dentro, então ela vira e fala "Ok, você tem um par? Gostaria de fazer par comigo? E era pra duas pessoas colocarem o chiclete na boca e se beijarem... (risos)

Ginnifer: Não... Não...

Jennifer: Oh não.

Joshua: Isso é sádico

David: E eu fiquei "ah meu Deus, ok" Daí a gente entrou na sala e eu não só não conseguia tirar um pedaço do chiclete fora do papel, mas eu estava tremendo.

Ginnifer: Claro que você estava...

David: E eu tinha que beijá-la, acabei acertando o rosto dela com o chiclete, foi um desastre completo e ela tava meio "Oh meu Deus, sério?"

Joshua: "Tá vendo, é por isso que não estamos juntos" (risos)

David: Ela tava meio "Eu trabalhei duro pra isso" e eu parado lá com um pedaço cortado de chiclete e ela surtando, foi complicado.

Matthew: E você pegou o papel?

David: Não. Não consegui colocar o chiclete na boca. Você tinha que colocar o chiclete exatamente como no video, dizer algo e beijá-la. E eu lá... Foi horrível. (risos)

Lucy: É terrível...

Joshua: Isso é brutal.

David: Foi difícil, mas construiu meu caráter (risos)

Ginnifer: E agora você tem uma história

David: E agora eu tenho uma história.

Ginnifer: E você nem precisou do comercial

David: É, eu não amaria ter feito esse comercial...

Ginnifer: Claramente você não queria, vamos ser sinceros...(risos)

David: Eu nem posso abrir um chiclete direito nos dias de hoje, não consigo... (risos)

Matthew: Ginni, tenho aqui algo, que eles te chamam de "capitã"

Ginnifer: Ah isso é tão engraçado...

Matthew: O que é isso?

Lacey: Você poderia pedir um exército. (risos)

Joshua: Ou a marinha. (risos)

Ginnifer: O exército da diversão. É porque eu adoro passeios, por isso me chamam disso. Porque eu sou ótima em organizar grandes grupos de pessoas pra ir à eventos... Não como os de Hollywood, são mais como Disneylândia ou...

Lucy: Shows e coisas do tipo?

Ginnifer: Sim, eu recentemente comprei muitos ingressos de shows, eu faço tudo o que posso pra manter as pessoas...

David: Você tem uma malinha? (risos)

Ginnifer: Nós deveriamos fazer um time. (risos)

Jennifer: Sim... Eu topo (risos)

Ginnifer: Como passeios em museus...

Lucy: Isso é divertido...

Ginnifer: Eu sou como uma planejadora de eventos. (risos)

Stephen: Isso é o que importa

Ginnifer: Eu tento compensar pelo fato que eu sou muito besta as vezes, como foi deixado claro pela lista de passeios que levei o pessoal nos últimos meses, então é bem difícil você me ver dançando por aí, ou festejando até tarde porque vou dormir cedo, então, tento compensar organizando passeios. Então eles acabam me chamando de "capitã do exército divertido", eles tentam me fazer sentir melhor pelo meu lado nerd. (risos)

Matthew: Você disso que isso era importante, quais são as coisas divertidas que vocês fazem no set?

Stephen: Nós filmamos o piloto e fizemos uma maratona de bares. Eram elenco e produção  indo de bar em bar...

Matthew: Quando foi isso?

Stephen: Na verdade foi depois da nossa única noite de filmagem. Nós trabalhamos até 7 da manhã, dormi até as 2 da tarde e essa corrida de bar em bar começou lá pelas 3 da tarde.

Joshua: Legal

Stephen: Eu acho que essas coisas são importantes.

Jennifer: Seu chefe não é tão restrito...(risos)

Stephen: Foi perto do fim do piloto...

Matthew: Joshua tem feito muita corrida de bar em bar?

Joshua: Não... Eu fico bastante na igreja nos finais de semana (risos)... Na verdade...Era você não era? (para Stephen) É eu tenho bebido um pouco nos finais de semana... É importante você juntar elenco e produção. Você passa tantas horas trabalhando juntos, que acaba...Bem, eu nunca filmei em L.A, então acho que a tendência pra todo mundo é simplesmente...

David: É não sou muito disso, de planejar e tudo mais... Mas eu curto o tempo, porque é como uma família. Você trabalha tantas horas. É como "hey quer ir no museu esse final de semana"e você fica "num dá..." Eu também tenho uma família, três crianças, mas lembro da Emily ter organizado, lá pela primeira temporada, era um ótimo restaurante, mas era vegetariano sabe? Eu apoio a causa, então eu fazia a semana vegetariana por ela, só pra apoiá-la e eu sou muito orgulhoso pelo que ela defende e todos saímos pra jantar lá, e foi demais. Eles tinham big mac vegetarianos, foi divertido, nós nos juntamos e foi legal.

Ginnifer: Vocês foram ao Maddelins.

David: Isso, Maddelins. É um ótimo lugar.

Ginnifer: É por causa dos big macs.

David: Você acaba se tornando uma família com todos. É o que acontece quando você trabalha junto por muitas horas.

Joshua: É o que fazemos, time de softball no verão, hockey...

Ginnifer: Precisamos ter isso...

Stephen: Uma liga de futebol talvez?

Joshua: É, é um jeito de reunir as pessoas, aliás acho que vamos desafiar vocês nesse verão. (risos)

Ginnifer: É precisamos fazer isso. (risos)

Joshua: Deviamos desafiar vocês também  (risos)

Stephen: To 100% dentro.

Lucy: Podia ter um time de arco e flecha.

Ginnifer: Nós temos arqueiros.

Stephen: Eu adoro isso

Ginnifer: Eu sou uma arqueira na minha série.

Stephen: Você gosta?

Ginnifer: Eu amo

Stephen: Eu curto arco e flecha... Todo mundo guarda tensão bem aqui e pra você conseguir lidar com o arco você precisa relaxar essa parte, aliás descobri que ajuda muito na atuação.

Ginnifer: Claro, aliás falando em fazer isso mal, e falo isso mencionando o que você falou sobre, como é mesmo? arqueiro ruim Legolas?

Stephen: Isso

Ginnifer: Eu descobri na minha série, já que sou uma arqueira lá, eu fui treinada propriamente, e me pediram pra mudar minha postura no set, porque a postura verdadeira nem sempre fica boa na TV.

Stephen: Sim

Ginnifer: Me pediram pra ficar distante do meu arco

David: Espere um segundo...

Ginnifer: Porque eles não gostaram, aliás a Jennifer Lawrence é a arqueira mais linda que eu já vi numa cena

Stephen: Ainda não vi ela lidar com isso... (risos)

Ginnifer: É eu vi...E em Hunger Games, todos os takes dela, ela está com o polegar perto do nariz e eles fizeram todos esses close ups, não sei se vocês viram Hunger Games, de qualquer jeito, é ótimo. E é lindo, e eles ficaram incomodados na nossa série quando eu fazia isso e aí fiquei me perguntando se... Você sabe...

Stephen: Se as pessoas estavam ficando bravas com você?

Ginnifer: É...

Stephen: A coisa importante é que muitas vezes você está lançando uma flecha que não está lá, obviamente por causa do CGI, então o segredo é que...

Jennifer: Que você lance certo...

Stephen: É, desculpe... Quando você solta, você só deve abrir a mão e soltar e o que deixa eles bravos, é quando as pessoas fazem assim... Quando soltam

Ginnifer: Ah, claro

Stephen: E você nunca faria isso se estivesse mesmo soltando a flecha, então, esse era o erro...

David: Isso também acontece comigo

Jennifer: Comigo também, eu tava falando agora... Você puxa a arma e tem que segurar (risos)

David: Uma 45 é bem legal... Com tudo aquilo...É, você aprendeu o sistema? (risos)

Jennifer: Eu espero que sim...

David: Entrar no lugar, olhar...

Jennifer: Como carregar a arma... (risos)

Matthew: Como é a comunidade em Vancouver? As séries são gravadas juntas? Vocês saem juntos? Entre uma gravação e outra?

Ginnifer: Eu mal te via... (risos)

Joshua: Nós nos víamos...

Ginnifer: Nós somos amigos há anos...

Joshua: Você consegue ver os amigos no começo da temporada, dai nunca vê no meio porque tá todo mundo trabalhando feito louco e um pouco lá pelo final.

Ginnifer: E todo mundo começa a se socializar novamente durante a temporada de pilotos, todo mundo começa a aparecer naquele hotel.

Stephen: Ah meu Deus, aquele lugar era louco...

Ginnifer: Parece um campus da faculdade.

Stephen: Sim, o bar... Teve uma noite que acho que 4 ou 5 séries diferentes, todas pilotos ainda, estavam todas no mesmo bar. Era insano, jogávamos sinuca uns contra os outros, eu ficava mega competitivo.

David: Eu nunca fiz uma série que... Fui abençoado por todas séries que fiz terem sido em Los Angeles.

Ginnifer: Acho que é por isso que vocês não fazem planos de finais de semana. Porque bem, são 5 de nós que estão nas locações permanentemente.

David: Eu queria que eles gravassem mais na América, eu apoio isso, especialmente Los Angeles... É uma pena que eles não tenham como fazer isso tudo lá.

Stephen: Sim ,exatamente

David: É uma pena. Acho ótimo pras pessoas que estão gravando essas séries ou até filmes na Bulgária, e etc mas acho que precisamos de mais trabalhos na América, eu não vou entrar nesse assunto. (risos)

Joshua: Sim

David: Quer dizer, eu amo Vancouver, acho que é ótimo, é uma área linda.

Stephen:  É, eu trabalhei no Canadá por 5 anos antes de vir pra cá e nunca sequer pisei em British Columbia, o que é um mistério, porque é onde a maioria dos trabalhos ficam. Daí eu vim pra cá e estou mudando pra lá de novo.

Joshua: Eu não trabalhei em Vancouver, eu trabalhei em Atlanta, na mesma cidade 9 ou 10 vezes seguidas, não trabalhei em Vancouver desde 96 até Fringe.

Matthew: Mas Fringe começou...

Joshua: Em New York, mas...

Matthew: Você ficou frustrado com a mudança?

Joshua: O que me fez ficar frustrado com  a mudança foi que, nossa série, como muitos quando começam, era um desastre. Nós trabalhavamos por muitas horas e na minha opinião, ninguém por trás das câmera ganha muito crédito numa série de TV. O mesmo acontece num filme, mas é bem mais em série de TV. Se a equipe não é boa, a série não avança. É a eficiência deles que nos permite colocar algo bom na câmera e nós quebramos aquela equipe. Nós fomos escolhidos e eles foram mandados embora. Não foi algo honorável.

Matthew: Mas o visual também...

Joshua: Sim de acordo com o ponto de vista do criador da série, Vancouver era boa, mas Nova York era mais como um lar natural. Quer dizer, nós estávamos filmando Nova York ao contrário, era a coisa mais estúpida. A vista mais icônica do mundo e nós sempre mostrando o lado oposto. (risos)

Ginnifer: Isso é engraçado.

Lucy: É por isso que estamos filmando em New York

Joshua: Sério?

Matthew: Era pra ser New York?

Lucy: Sim, é uma das razões do porque escolhi fazer a série. Porque estamos filmando em New York. É onde vivo.

Joshua: Estou com inveja. É com inveja.

Lucy: Você tá quase acabando, então... Você pode ir pra onde quiser depois. (risos)

Joshua: Exatamente, serei o sr. Watson. (risos)

Lucy: Sr. Watson, bem, nunca se sabe.

David: Quer saber? Você é um agente livre (risos)

Joshua: Exatamente, vou twittar isso agora mesmo

Stephen: Então você vai pra série da Lucy, eu vou fazer Dexter (risos)

Joshua: Sim... Tudo resolvido (risos)

Lucy: Está tudo resolvido...

Matthew: Vocês tiveram uma pequena mudança na série nesse ano...

Joshua: Uma pequena mudança não, uma grandiosa, tem sido o que chamamos de monstro de duas cabeças no começo da  temporada, um dos caras não voltou pros últimos 13.

Matthew: E como isso mudou as coisas?

Joshua: Vamos ver, porque estamos prestes a entrar nesse assunto, as mudanças são muitas, Jeff Pinkner é o cara que não voltou, ele é parte de quem criou o DNA da série, mas porque nossa série está acabando, acho que não é tão grave quanto se a série estivesse pra continuar, acho que ele mencionou sobre o que achava que ia acontecer no fim da série e por ser somente 13 episódios, há um final claro pra tudo. Acho que Joel queria que Jeff estivesse lá também, porque de repente ela está cuidando de 13 episódios sozinho, mas acho que ficaremos bem

Lacey: Como você descobriu?

Joshua: Ele me disse. Jeff me disse. É uma daquelas coisas. Estávamos falando sobre criar conteúdo para séries, se você vai pegar um papel e tudo mais, mas o lado dos negócios é dentro dos negócios, não foi por rancor com os atores dentro da série,  sabe? Ele é um cara que tem família, ele tem uma hipoteca, foi uma decisão que ele não queria tomar. É justo. É uma daquelas coisas, num certo ponto você cumpriu seu contrato, e você tem que tomar uma decisão que não é apenas baseada em criar conteúdo ou o que seja, você toma porque a vida é longa.

David: Em Angel, na segunda...Acho que foi na terceira temporada, eles mudaram o produtor executivo da série. E é difícil porque você gasta muito tempo em ter confiança e se confidencia com quem está levando sua série nas costas e você cria aquele laço, e de repente eles vão embora. E você fica meio "Uau... É difícil... Esse relacionamento" Meio que muda tudo. Mas vocês farão dar certo.

Matthew: Quando vocês tem disputas na série de vocês, sobre o que é geralmente?

Joshua: Nunca acontece. (risos)

Matthew: Como vocês resolvem?

David: Emily e eu, bem nós chegamos e quando estamos bravos um com o outro nós falamos logo de cara, as cosias ruins. É bem simples. É muito fácil, nós temos muito respeito um pelo outro, nós trabalhamos com um treinador de atores durante todas as temporadas da série, toda semana, nós somos muito compromissados com isso e se estamos bravos um com o outro, nós falamos "você está me irritando agora, me deixe em paz" ou "não dá pra lidar com você agora".

Matthew: Sobre o que vocês falam?

David: Sobre o que? Eu não sei, é difícil lembrar tudo porque tudo acontece no momento, qualquer situação que seja, não dá pra apontar, tudo o que sei é como resolver, ela sabe como me sinto todo o tempo, e eu o que ela está sentindo então sempre nos resolvemos e depois rimos.

Joshua: Esses relacionamentos são apenas isso, relacionamentos. O que for que aconteça no momento, não é o mais importante ou o que realmente está incomodando, talvez seja a 16ª hora de trabalho, o que no caso tudo é irritante... (risos)

David: Exatamente

Joshua: Você pode não ter tido uma boa noite de sono.

David: Absolutamente certo

Joshua: Você pode estar no meio da 6ª hora e não quer ouvir aquela história novamente... Acho que muda toda hora. E acho que é a versão mais saudável que já ouvi disso porque muitas vezes coisas assim pode irritar e irritar rapidamente e pode destruir séries. Eu certamente assisto séries e vi dinâmicas bem menos saudáveis, e isso envenena tudo. Você fica lá por tantas horas, e eu acredito muito em que muita das performances acontecem dependendo do que acontece entre as pessoas, se alguém está estranha com a outra pessoa, de um jeito que não é apoiado no script, acho que você sempre sentirá isso.

Stephen: Você pode até ser bom, mas nunca ser ótimo.

Joshua: Sim

Stephen: Quando você está nesse tipo de situação. Porque eu já vi, já estive em séries onde a dinâmica entre duas pessoas é super saudável, e você pega um pouco daquilo, e você olha aquilo com um olhar treinado, porque você sabe o que está acontecendo por trás das câmeras, e alguém que vê na TV pode não notar.

Joshua: Mas eles sentem.

Stephen; Sim, sentem, claro que sentem.

Joshua: E eu acho que, na minha teoria de atuação,  que beijar e rir são as duas coisas mais honestas que você faz na câmera. É muito difícil você forçar uma risada, porque você pode ver nos olhos da pessoa e aquele segundo antes dos lábios se tocarem, se as duas pessoas não se gostam, você percebe, porque eles ficam meio... (risos)

Matthew: E você, Lucy? Você acha que essa dinâmica no set, os espectadores conseguem notar?

Lucy: Não sei se conseguem perceber, mas pra atores é muito estranho, e também começa com números, como número um: se um não está feliz e faz ser um inferno para todo mundo, fica muito óbvio que todos outros estão sofrendo e isso é algo bem infeliz, mas se esse é o caso, você tem uma responsabilidade de manter seu drama, sua crítica e sua porcaria em casa, sabe? "ninguém se importa que você ficou preso no trânsito e apareceu duas horas atrasado no set e blá blá blá", sabe? esse é um problema seu, porque você manteve todo mundo, umas 150 pessoas esperando e não sei, pra mim precisa ter um certo respeito, é uma profissão, são negócios, é aquilo, nós temos horários de chamada, pra filmes ou séries, se você tem sua primeira chamada você chega as 8:58 da manhã. São minutos e, se tem algo que não está funcionando direito e você tenta de tudo mas ainda não funciona, afeta todo o sistema e a série pode durar muito tempo, mas é uma desgraça estar nessa situação, é como se cansasse as pessoas e pra mim isso é como um sonho, fazer o que eu faço e, eu sinto que nós temos que ter uma certa gratidão não importa o quanto exausto você esteja, se você quer tirar um momento pra você vá pra seu trailer, tire um momento mas sabe? Pessoas saíram explosivas fora de um set, foram embora pra casa e nunca mais voltaram, sabe o que digo? Há muitas outras coisas acontecendo, não só você, então acho que as vezes as pessoas esquecem, sabe? Que você é parte de um time de pessoas e que se você realmente quer isso, precisa mostrar isso, é uma experiência de trabalho, como vocês disseram, uma família, é por isso que adoro isso que você fará, juntar as pessoas pra sair, acho isso divertido, e se você quer ir ou não, é uma escolha sua...

Ginnifer: Verdade

Lucy: É só de ter uma opção, e eu adoro isso porque pra mim com quem eu trabalho, acaba virando minha família e em especial porque minha família ficava "o que você está fazendo? estou confusa, é uma decisão louca que você está tomando" e eu nunca esqueço que é importante manter minha vida pessoal fora do que é minha relação com o trabalho

Joshua: E criar um ambiente positivo de trabalho, independente da posição das pessoas, porque é o trabalho do diretor de chegar e impor sua voz, mas o ator impõe sua voz para o que o set será, se você está trabalhando com um idiota, todo o set fica uma droga, como você disse.

Stephen: Isso afeta de uma maneira incrível.

Lucy: É muito rápido, é imediato.

Joshua: É muito mais fácil você destruir um set do que mantê-lo junto.

Lucy: Absolutamente certo

Stephen: É muito mais difícil também ser um cretino do que ser um cara legal

Joshua: Mas você tem...

Stephen: Você tem que trabalhar duro pra isso acontecer (risos)

Lucy: Mas você tem que continuar com a atitude...

Joshua: Eu fico impressionado com a força de algumas pessoas, porque cara...São cretinos e fortes (risos)

Lucy: Você precisa ir pra casa e...Exato, isso mesmo

Joshua: Deve ser cansativo ser tão miserável toda droga do tempo (risos)

Lucy: Você precisa ser muito horrível. É como" hey, você vai acabar ficando com algum tipo de...

Joshua: como minha vó dizia "isso vai te dar um câncer" (risos)

Lucy: sim "isso vai te dar um câncer" (risos)

Matthew: Isso é algo que saiu recentemente, teve um problema em Liz & Dick com Lindsay Lohan, ouviram falar disso?

Joshua: Eles vão mesmo colocar o nome de Liz & Dick nisso? (risos)

Matthew: É um filme

Joshua: Eu sei, mas... Sério? Vai ter mesmo um pôster que eu vou ler "Liz & Dick"? (risos)

David: Não tinha algo chamado Dick & Peter ou algo assim? (risos)

Joshua: Nenhuma dessas pessoas foram garotos adolescentes? (risos)

Ginnifer: Eles estão terminando já?

Joshua: Você está terminando Liz & Dick? (risos)

Ginnifer: Parece que eles estão terminando...

Matthew: Eles estão terminando mas teve uma controvérsia por causa das horas que eram pra estar trabalhando...

Ginnifer: Todos nós trabalhamos em horas insanas. Todos nós.

Matthew: A questão é, vocês acham que essas horas são justas?

Ginnifer: Eu sou uma grande defensora da Union, e nós somos protegidos pela ótima One Union e acho que sem todo julgamento que se passa pela minha cabeça, acho que todos temos uma responsabilidade. Se entramos nisso, precisamos tomar cuidado com nós mesmos, aparecer na hora certa, as horas que trabalhamos são desumanas, sim são muito difíceis, mas nós escolhemos isso porque...

Stephen: É o melhor trabalho do mundo...

Ginnifer: Nós somos um bando agradecido, claro, e levamos nossa responsabilidade muito à sério e não que podemos culpar a indústria por...

Joshua: Vou tomar um contra-ponto disso, porque parece que, digo, eu conheço você bem até esse ponto, conheço você, parece que todos aqui são profissionais conscientes, e eu nunca diria "você nunca pode deixar o set" isso é ridículo, você não pode chegar atrasado porque o efeito disso é arruinar um dia, mas, eu acho que é meio besta se você está esgotando sua equipe por 15 ou 16 horas por dias durante 7 ou 8 meses por ano, não que não seja sua responsabilidade de aparecer na hora e trabalhar, mas eu acho que isso acaba sendo um retorno, porque as pessoas ficam esgotadas. Eu com certeza senti em Dawson's Creek, senti em Fringe, os meses mais cruciais do ano são os últimos 3 ou 4 enquanto você está finalizando seu arco e todo mundo está morto de cansaço.

Ginnifer: Mas você sente isso como um ator? Porque nossa equipe sempre trabalha muito mais horas longas do que nós. E francamente, dão muito mais duro que nós, não estou dizendo isso por você, porque você aparece muito mais na sua série do que eu na minha, mas minha equipe trabalha mais duro do que tudo que eu vou trabalhar na vida, então como eu ouso estar muito exausta para aparecer no trabalho na hora?

Jennifer: Eu também acho que, e concordo com os dois pontos de vista, eu... Depois de trabalhar de Segunda à Quinta e toda a Sexta, eu sabia que trabalharíamos até Sábado de manhã, eu optei por não dirigir, eu peguei carona com a pessoa que cuida do meu cabelo todos os dias, porque quando você dirige pra muito longe, trabalhando nessas horas loucas, e aí você precisa pegar a estrada pra voltar, é aí que você se torna irresponsável. Então em algum ponto, seus produtores precisam dizer "nós te devemos um nono dia" para terminar a agenda, porque nos importamos com você e o que diz.

Joshua: Uma equipe que vai trabalhar por 16 horas, e até as 9 da manhã de um Sábado, aí você já não pode pedir uma carona pra casa e...

Ginnifer: Mas acho que a situação que ele está falando é um ator.

Joshua: Ah sim, olha... Eu faço isso há 23 anos, eu nunca faltei num dia de trabalho, posso contar nas mãos provavelmente 4 ou 5 vezes que me atrasei, você simplesmente não faz isso.

Jennifer: Eu também, todo tempo penso, especialmente em Dexter, eu penso na garota que eu ofereci algo da minha mala térmica, toda vez que fico cansada, eu penso "ela faria isso, outras milhões de pessoas viriam aqui e fariam isso" então levante e faça. E sabe? Pra voltar o assunto todo para a Comic Con... (risos)

Joshua: Boa! (risos)

Ginnifer: Sim, sobre a Comic Con

Jennifer: Quando você está lá, e você está se gastando, o que você está oferecendo parece caro emocionalmente, aquelas pessoas são o que importa nisso. Não é para nada e é isso que a Comic Con que faz lembrar. Alguém está assistindo, realmente assistindo.

David: Olha, eu fui muito sortudo em dirigir episódios e séries, eu amo dirigir, e é uma posição diferente. Quando você está lá com a equipe, e dirigindo e os atores fazem essas coisas, você precisa dar um tempo e como um diretor, tudo cai no diretor... Não importa se o ator se atrasa, não importa, claro que é "bem, eu gostaria que essa pessoa fosse mais responsável", mas você precisa enfrentar esse tipo de coisa e acho que quando você está trabalhando como diretor e tem sua equipe por trás de você, você precisa manter uma boa vibe sobre isso... As coisas vão acontecer, coisas chatas acontecerão, mas você ainda precisa ser positivo... O porque você vai querer brigar com alguém que se atrasou, é sem noção, ache outra coisa pra gravar e seja criativo e trabalhe com a pessoa ao invés de ser antagonista, acho que a mídia de hoje exagera demais e expõe a toa...

Jennifer: Também acho que se você é diretor e cai tudo nas suas costas, contrate pessoas que você sabe que vai aparecer.

David: Sim, é verdade

Joshua: Mas também suas mãos ficam atadas um pouco

David: Sim e também, você quer criar um personagem legal, estamos falando sobre um personagem que pode estar completamente fora de si, e aquele ator, ou atriz decide causar problema porque é o que o personagem faria, daí você precisa trabalhar com isso, você nunca sabe com o que vai lidar e acho que precisa ser ágil nisso... São coisas que acontecem, infelizmente e você tem que trabalhar com isso.

Lucy: Eu acho que o problema agora é porque a mídia é muito invasora, não há espaço para erros. Se você sai pra comprar uma melancia e um copo de café, não tem...Ok, eu sou uma pessoa pública, entendo isso é loucura, especialmente pras pessoas que tem crianças, quer dizer, há um perigo aí fora que também destaca o quanto pessoas jovens que começaram nesse meio, que provavelmente nunca tiveram que sentar numa sala de espera  e ter uma mala térmica ali nos pés, que de algum jeito entraram nessa direto, ficaram meio infectadas com essa ideia de que tudo isso vai continuar acontecendo e eles não entendem a luta por trás disso, a gratidão e o alívio, uma vez que você chega onde quer, como "oh meu Deus, finalmente estou trabalhando em algo que eu amo e estou ganhando dinheiro", eles meio que se perdem nisso ou com drogas, ou com a fama, e é triste quando você começa a se vender desse jeito e você perde a perspectiva e ninguém te fala nada, eles continuam te alimentando com a mesma porcaria porque estão ganhando sua comissão, seu salário. O nome deles está no noticiário...

Joshua: E você não consegue comprar sua vida de volta

Lucy: Hoje todo mundo quer fazer parte de um reality show, todos querem ser famosos, esqueça ser um doutor e ter uma carreira de verdade, é sempre sobre ter aquele momento e escrever um livro e mais Deus sabe o que.

Joshua: Eu temo uma geração de, bem humanos, mas pelo que estamos falando aqui, atores que não tem uma vida interna ou que não possuem esse desejo de ter uma vida interna, longe das câmeras... Isso é um trabalho que todos nós fazemos, nos permite fazer algo divertido e fantástico, mas como todo trabalho, quando acaba, deve acabar e essa invasão de privacidade vai pra ambos os lados, vem da mídia e tudo mais sobre esse mundo de algodão doce... De verdade, alguém liga a minima se a Lindsay Lohan dormiu, ou não apareceu pra gravar? Isso importa?

Jennifer: Não

Joshua: Não importa de verdade, certo? Mas também, ela alimentou o monstro também, meio que convidando todo mundo pro que nós chamamos de vida pessoal.

Lucy: O outro lado

Joshua: Sim e uma vez que você vende esse tipo de coisa, você não consegue comprar de volta.

Lucy: É, sua integridade e dignidade, o respeito que você tem é o que seu legado será e esse tipo de legado não é o que eu escolhi, sim, há lugares que você não consegue evitar em ser visto, a Comic Con é uma prova disso

Joshua: Isso é trabalho, isso é aparecer à tempo.

Lucy: Esse é o ponto, mas se você vai ao restaurante mais popular da cidade você terá algo que é esperado. Mas se você está fazendo suas coisas e alguém pula de uma moita...

Joshua: E diz "me espanque" (risos)

Lucy: É, "me espanque" (risos)

Matthew: É isso pessoal, muito obrigado 
 

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